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Author Topic: Carta aberta a Mons. Fellay  (Read 538 times)

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Offline Clarinha

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Carta aberta a Mons. Fellay
« on: July 05, 2014, 05:24:55 PM »
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  • Qua, 06 de Março de 2013 09:30    padres distrito França
    CARTA A MONS. FELLAY POR 37 SACERDOTES DO DISTRITO DA FRANÇA


    la sapiniere.info


    A Mons. Fellay.


    Excelência:


    Como o senhor escreveu recentemente, “os laços que nos unem são essencialmente sobrenaturais”. Entretanto, o senhor tomou o cuidado de nos lembrar, com razão, que as exigências da natureza não devem ser esquecidas também. “A graça não destrói a natureza”. Entre estas exigências, há a veracidade. Ora, nós somos obrigados a constatar que uma parte dos problemas que tivemos que enfrentar nesses últimos meses deriva de uma grave falta desta virtude.


    Há dez anos, o senhor dizia como Mons. Tissier de Mallerais:


    “Jamais aceitarei dizer: ‘no Concílio, se o interpretarmos bem, pelo menos, poder-se-ia fazê-lo corresponder à Tradição, poder-se-ia tê-lo por aceitável’. Jamais aceitarei dizê-lo. Isso seria uma mentira, e não é permitido dizer uma mentira, mesmo em se tratando de salvar a Igreja”. (Gastines, 16 de setembro de 2012).


    Mas, então, o senhor mudou, até chegar a escrever:


    “A inteira Tradição da fé católica deve ser o critério e o guia de compreensão dos ensinamentos do Concílio Vaticano II, o qual, por sua vez, esclarece certos aspectos da vida e da doutrina da Igreja, implicitamente presentes nela e ainda não formulados. As afirmações do Concílio Vaticano II e do Magistério Pontifical posterior, relativas à relação entre a Igreja Católica e as confissões cristãs não católicas, devem ser compreendidas à luz de toda a Tradição”. (St.-Joseph-des-Carmes, 5 de junho de 2012.)


    Em Brignoles, em maio de 2012, o senhor falou desse docuмento que “convinha a Roma”, mas que “seria preciso explicar entre nós, porque há declarações que estão de tal modo em cima do muro que, se alguém estiver mal disposto ou se estiver de óculos escuros ou rosas, poderá enxergar o que bem quiser”.


    Depois disso, o senhor se justificou da seguinte maneira:


    “Se podemos aceitar ser ‘condenados’ por nossa rejeição do modernismo (o que é verdade), não podemos aceitar de o ser por que nós aderimos às teses sedevacantistas (o que é falso), e foi isso que me levou a redigir um texto ‘minimalista’, que levou em consideração apenas um dos dois dados, e que, por isso, pôde ocasionar confusão entre nós” (Cor Unum 102).


    “Este texto, quando o escrevi, evidentemente eu pensava que fosse suficientemente claro, que eu tinha conseguido suficientemente evitar as... como que se diz?... as ambiguidades. Mas, inevitavelmente... digamos que os fatos são o que são; eu sou obrigado a ver que este texto se tornou um texto que nos dividia, na Fraternidade. Este texto, evidentemente, o retiro” (Ecône, 7 de setembro de 2012).


    Então, o senhor é um incompreendido que, por condescendência, retira um texto muito delicado que alguns espíritos estreitos não foram capazes de compreender. Esta versão dos fatos é hábil, mas é justa? Retirar um docuмento e retratar um erro doutrinal não é, formalmente, a mesma coisa. Ademais, invocar as “teses sedevacantistas” para justificar este docuмento “minimalista” que “convinha a Roma” parece muito desarticulado, quando, ao mesmo tempo, há mais de treze anos, o senhor autorizou um de nossos confrades a não mais citar o nome do papa no cânon, depois de lhe ter confidenciado que o senhor compreendia a sua escolha diante da escandalosa assinatura de um docuмento comum entre Católicos e Protestantes.


    Mons. Tissier de Mallerais confidenciava a um confrade que esta “Carta de 14 de abril“ jamais deveria ser publicada porque, segundo ele, o senhor estaria “definitivamente desacreditado e provavelmente obrigado a pedir demissão”. O que confirma a caridosa advertência de Mons. Williamson: “pela glória de Deus, pela salvação das almas, pela paz interna da Fraternidade e por vossa própria salvação eterna, melhor faríeis se renunciasse ao cargo de Superior Geral em vez de me excluir” (Londres, 19 de outubro de 2012). Entretanto, o senhor tomou isto como uma provocação aberta e publica.


    Mas, quando Mons. De Galarreta declarou, em 13 de outubro de 2012, em Villepreux, esta frase inacreditável, que podemos ouvir, mas não ler, porque a transcrição publicada online por “La Porte Latine” a omitiu: “É quase impossível que a maioria dos Superiores da Fraternidade – depois de uma franca discussão, uma análise aprofundada de todos os aspectos, de todos os prós e contras – é impensável que a maioria se engane em uma matéria prudencial. E se, por acaso, o impossível acontece, então que assim seja, faremos, de qualquer modo, o que a maioria pensa”. Em Menzingen, o Secretário Geral, padre Thouvenot, escreveu que ele “expunha com imparcialidade e enfatizava os acontecimentos de junho último”.


    Como pôde a Fraternidade descer tão baixo? Mons. Lefebvre escreveu: “No dia do juízo, Deus nos perguntará se fomos fiéis, e não se obedecemos às autoridades infiéis. A obediência é uma virtude atinente à Verdade e ao Bem. Mas se ela se submete ao erro e ao mal, não é mais uma virtude, mas um vício”. (Mons. Lefebvre, carta de 9 de agosto de 1986). E padre Berto em 1963, escrevia: “devemos enxergar mais longe do que a ponta do nariz, e não imaginar que, quando se está em Concílio, se tem direito ao Espírito Santo, como se ele estivesse a nosso comando”.

    Por ocasião da conferencia de 9 de novembro, em Paris, um prior perguntou ao senhor: “à saída de um retiro sacerdotal, dois confrades me acusaram de ter me rebelado à sua autoridade porque havia manifestado satisfação em relação ao texto do padre de Cacqueray contra Assis III. Porque isso?” E sua resposta foi: “Eu ignoro que acontece esse tipo de coisas na Fraternidade. Fui eu mesmo quem pediu essa declaração. Ademais, ela foi publicada com minha autorização. Estou absolutamente de acordo com o padre de Cacqueray”. Mas, durante o retiro das irmãs em Ruffec, o senhor confidenciou a seis confrades que não estava de acordo com o texto do padre de Cacqueray. Além disso, o senhor se queixara com ele [de Cacqueray] das censuras que o Cardeal Levada lhe fizera durante 20 minutos por causa do texto. E explicou que, se havia dado a autorização para a publicação, foi para não parecer parcial... mas que, pessoalmente, desaprovava o conteúdo, que julgava excessivo.


    Quem é, pois, Monsenhor, que utiliza meios “fundamentalmente subversivos”? Quem é o revolucionário? Quem prejudica o bem comum de nossa Sociedade.


    Em 9 de novembro de 2012, em Paris, ouvimos um confrade lhe perguntando: “Eu faço parte daqueles que perderam a confiança! Quantas linhas de conduta há na Fraternidade hoje...”. E o senhor respondeu: “É uma grave ferida. Sofremos uma grande prova. Precisaremos de tempo”. E diante dessa resposta esquiva, outro prior lhe perguntou: “Retire a sua resposta a seus três confrades bispos...”. A sua resposta foi novamente vaga: “Sim, quando a releio, me parece que há alguns pequenos erros. Mas, de fato, para vos ajudar a compreender, saibais que aquela carta não foi uma resposta à deles, mas às dificuldades que tive com cada um deles separadamente. Estimo muito a Mons. Williamson, até o admiro, ele tem jogadas geniais na luta contra o Vaticano II, e é uma grande perda para a Fraternidade que acontece no pior momento”.


    Mas quem é responsável por sua exclusão? Em privado, o senhor diz muitas coisas: “Eu estava em guerra”, “Roma mente”... Mas o senhor jamais publicou o menor comunicado oficial para denunciar essas pretensas mentiras. Pior. Recentemente, a propósito do ultimatum de 22 de fevereiro, o senhor endossou oficialmente a mentira do Vaticano.


    Sua linguagem tornou-se interminavelmente confusa. Esta maneira ambígua de se expressar não é louvável, como escrevia o padre Calmel: “Sempre tive horror às expressões melífluas e evasivas, que podem ser traduzidas em todos os sentidos, e às quais cada um pode fazer dizer o que quiser. E elas me causam ainda mais horror quando provém de autoridades eclesiásticas. Essas expressões me parecem principalmente uma injuria direta Àquele que disse: ‘Eu sou a Verdade (...), vós sois a luz do mundo (...), que vosso falar seja sim, sim, não, não’...”.


    Monsenhor, o senhor e seus Assistentes foram capazes de dizer tudo e o contrário de tudo, sem medo do ridículo.


    O padre Nély, em abril de 2012, de passagem por Toulouse, declarou a uma dúzia de confrades que, “se as relações doutrinais com Roma falharam, é porque os nossos teólogos fora demasiado impetuosos”; mas a um de esses teólogos, ele havia dito: “deveriam ter sido mais incisivos”.


    O senhor mesmo, em 9 de novembro de 2012, nos afirmou: “Eu vos farei rir, mas penso realmente que nós, os quatro bispos, somos da mesma opinião”. Enquanto seis meses antes, o senhor escrevera a eles [os bispos]: “quanto à questão mais crucial, a da possibilidade de sobreviver nas condições de um reconhecimento da Fraternidade por parte de Roma, nós não chegamos às mesmas conclusões que vós”.


    Na mesma conferencia do retiro de Ecône, o senhor declarou: “Eu vos asseguro que, fazendo o que fiz, não pensei estar indo contra o Capítulo (de 2006)”. E, então, após alguns instantes, a respeito do Capítulo de 2012: “Se é o Capítulo que decidiu, é uma lei que vale até o próximo Capítulo”.


    Ora, quando sabemos que, em março de 2012, sem esperar o próximo Capítulo, o senhor aniquilou a lei do Capítulo de 2006 (nenhum acordo prático sem solução doutrinal), nos questionamos acerca da sinceridade da declaração.


    Um de seus confrades no episcopado, em Villepreux, nos convidava a “não dramatizar. O drama seria abandonar a Fé. (...) Não se deve pedir uma perfeição que não é deste mundo. (...) Não se deve sofismar sobre essas questões. É preciso ver se o essencial está lá ou não”.


    É verdade, o senhor não se tornou um muçulmano (1° mandamento), o senhor não se casou (6° mandamento), simplesmente o senhor distorceu a realidade (8° mandamento). Mas quando as ambiguidades dizem respeito ao combate da fé, o essencial continua a subsistir?


    Ninguém lhe pede uma perfeição que não é desse mundo. É facilmente concebível que alguém possa se equivocar diante do mistério da iniquidade, porque até mesmo os eleitos podem ser enganados, mas ninguém pode aceitar uma linguagem ambígua.


    Certamente, a grande apostasia predita pelas Escrituras pode apenas nos turbar. Quem pode pretende de ser indene às ciladas do diabo? Mas por que nos enganar? Certamente, a todo pecado, misericórdia. Mas onde estão os atos que exprimem o exame de consciência, o arrependimento e a reparação dos erros?


    O senhor disse, diante dos priores da França: “Estou cansado das diatribes sobre as palavras”. Aí que talvez esteja o problema. Quem o impede de ir repousar em Montgardin, e de degustar os prazeres da vida reservada? Roma sempre utilizou uma linguagem clara. Mons. Lefebvre igualmente. Também o senhor, no passado. Mas, hoje, o senhor introduz uma confusão identificando indevidamente “a Igreja Católica, a Roma Eterna” com “a Igreja oficial, a Roma modernista e conciliar”.


    Ora, em nenhum caso o senhor pode mudar a natureza de nosso combate. Se o senhor já não deseja levar a cabo esta missão, o senhor, junto com seus assistentes, deve renunciar ao encargo que a Sociedade vos confiou.


    Com efeito, o padre Pfluger diz publicamente que sofre pela irregularidade canônica da Fraternidade. Ele confidenciou a um confrade, em junho de 2012, de “ter sido abalado pelas discussões doutrinais”. Saindo de sua conferencia em Saint-Joseph-des-Carmes, dizia, de maneira depreciativa, a quem quisesse ouvir: “É dizer que ainda há quem não compreenda que é preciso assinar”.


    Em 29 de abril de 2012, em Hattersheim, depois de admitir que “os acontecimentos passados provaram que as diferenças concernentes à questão doutrinal não podem ser superadas”, expressava seu temor de “novas excomunhões”. Mas como se pode temer as excomunhões de modernistas que já são excomungados da Igreja?


    O padre Nély, durante uma refeição para os benfeitores, em Suresnes, anunciava que “o Papa havia fixado um termo à relação com a Fraternidade, pedindo o reconhecimento da [nova] Missa e do Vaticano II”, e acrescentava que “Mons. Fellay estava em sua pequena nuvem e que era impossível fazê-lo descer”. Mas não assinou o padre Nély também a monstruosa carta aos três bispos? Não esteve ele mesmo “em sua pequena nuvem” quando, de passagem por Fanjeaux, disse à Superiora Geral, inquieta com o ultimatum de Roma: “Não se preocupe, tudo vai bem com Roma, seus canonistas nos ajudam a preparar os estatutos da Prelatura”.


    Pode dizer, em consciência, que o senhor e seus Assistentes assumiram suas responsabilidades? Depois de tantas declarações contraditórias e nefastas, como pretendem ainda governar? Quem prejudicou a autoridade do Superior Geral, senão o senhor mesmo e seus Assistentes? Como pretende nos falar de justiça depois de tê-la lesado? “Qual verdade pode sair da boca de um mentiroso?” (Ecl 34,4). Quem semeou o joio? Quem foi subversivo fazendo uso da mentira? Quem escandalizou os padres e os fiéis? Quem mutilou a Fraternidade, diminuindo sua força episcopal? Pode haver caridade sem a honra e sem a justiça?


    Escrevendo publicamente, sabemos que seremos criticados por não respeitarmos as formas. Mas nossa resposta será a mesma do Padre Foucauld ao General Laperrine: “Ao entrar na vida religiosa, eu acreditava que aconselharia principalmente a mansuetude e a humildade; com o tempo, creio que o que mais falta é a dignidade e o brio”. (Carta de 6 de dezembro 1915).


    E por que escrever-lhe em privado, quando é sabido que um confrade corajoso e lúcido teve que esperar quatro anos para receber uma carta sua, e não para ler respostas, mas injurias?


    Quando um Superior de Distrito espera sempre pelo protocolo de recebimento de sua carta de dezessete paginas enviada à Casa Generalícia, parece que Menzingen não tenha outro argumento que o voluntarismo: “sic volo, sic iubeo, sit pro ratione voluntas”.


    Monsenhor, o que vivemos nesse momento é odioso. A retidão evangélica foi perdida: Sim, sim, não, não. O Capítulo de 2012 não esclarece a situação de forma alguma. O padre Faure, um capitulante, recentemente, nos advertiu publicamente contra “as cartas e as declarações dos atuais superiores da Fraternidade nesses últimos meses”.


    Outro capitulante confidenciou a um confrade: “É preciso reconhecer que o Capitulo está bloqueado. Hoje se está a favor de uma Fraternidade livre na Igreja conciliar. Fiquei chocado com o nível de reflexão de certos capitulantes”.


    Suas intervenções e as de seus Assistentes são enganadoras e sugerem que o senhor deu apenas um passo atrás estratégico.


    No final de 2011, um Assistente e um confrade “acordista” procuraram estimar o número de sacerdotes, na França, que se negariam a um acordo com Roma. O resultado foi de sete. Menzingen se tranquilizou.


    Em março de 2012, o senhor disse confidencialmente que o Senhor Guenois, do Jornal Le Figaro, era um jornalista muito bem informado e que sua visão das coisas eram muito justa. Porem, seu artigo dizia: “Que se queira ou não, o Papa e Mons. Fellay querem um acordo, não doutrinal, mas eclesial”.


    Em maio de 2012, o senhor disse aos superiores dos Beneditinos, Dominicanos e Capuchinos: “Sabemos que haverá uma ruptura, mas iremos até o fim” . Em junho, o acordo eclesial foi impossível. Todavia, em outubro de 2012, de passagem pelo Priorado de Bruxelas, alguns padres diocesanos, convidados pelo padre Wailliez, manifestaram ao senhor o desejo deles de ver um acordo entre Roma e a Fraternidade. O senhor os tranquilizou com essas palavras: “Sim, sim. Isso vai acontecer logo”. Haviam passado três meses desde o Capítulo de julho.


    Monsenhor, o senhor tem o dever de justiça de dizer a verdade, de reparar as mentiras e de retratar os erros. Faça-o e tudo voltará à ordem. O senhor sabe que André Avelino se tornou um grande santo, no século XVI, depois de sofrer a humilhação por uma mentira que havia dito por fraqueza. Nós queremos simplesmente que o senhor se torne um grande santo.


    Excelência, não queremos que a História se lembre do senhor como o homem que desfigurou e mutilou a Fraternidade Sacerdotal São Pio X.


    Esteja seguro, Excelência, de nossa total fidelidade à obra de Mons. Lefebvre.



    28 de fevereiro 2013,